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Cearense, filho de pais e avós também nativos das terras de Raquel de Queiroz e José de Alencar, Fernando Barroso costuma dizer que a prática do seu ofício é, na verdade, um reencontro com sua verdadeira natureza criativa.
Ainda na adolescência, seu pai, à época reitor da Universidade Federal do Ceará, preocupado com a indefinição do filho quanto ao curso que escolheria no vestibular, convenceu-o a fazer um teste vocacional e o diagnóstico foi definitivo: seu destino era a arte. Um artista? Foi o comentário perplexo do pai, ao receber o resultado do teste. E o aconselhou: – Meu filho, como você ainda desconhece qual é a sua arte, porque você não faz engenharia para garantir o pão de cada dia?
E foi o que Fernando Barroso fez, só que trilhando um caminho todo próprio. Conseguiu uma bolsa de estudos, fez as malas e partiu para os Estados Unidos, onde por dois anos, fez o curso de Engenharia Industrial Gerencial, na Universidade de Iowa. Voltou ao Brasil, mudou-se para Brasília e se matriculou num novo curso universitário. Formou-se em economia e por oito anos, trabalhou no CNPQ, mais especificamente no IBICT - Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica, onde se especializou na área de pesquisa.
De volta a Fortaleza, Fernando Barroso trocou o órgão de pesquisa governamental pelo empreendedorismo. Abriu uma loja de carnes nobres, que se transformaria em pouco tempo em uma delicatessen especializada em produtos importados. Ali, teve a oportunidade de conhecer e pesquisar os melhores ingredientes e produtos disponíveis nos mercados nacional e internacional.
Em 2000, durante a crise cambial, decidiu finalmente ir em busca de sua verdadeira vocação – a gastronomia – e transformou a deli em um pequeno restaurante – o Alimenta Bistrô. O reconhecimento veio rápido e durante os sete anos em que o restaurante funcionou, Fernando Barroso arrebatou, por três anos consecutivos, os prêmios de melhor chefe, melhor restaurante e melhor cozinha contemporânea de Fortaleza, concedidos pela Revista Veja.
Os anos de experiência em pesquisa científica e tecnológica no CNPQ levou Fernando Barroso a perceber a importância vital da pesquisa e da informação para qualquer ramo da atividade humana. E que, com o Alimenta Bistrô, ele na verdade retomou sua atividade de pesquisador, só que, agora, voltado para a área de gastronomia. A partir dali, o chefe cearense literalmente mergulhou na pesquisa especializada e na leitura dos clássicos da gastronomia, especialmente as italiana, espanhola, francesa e brasileira.
Em 2007, decidiu fechar o restaurante e voltar seu trabalho, de um lado, para o catering (jantares em domicílio), e de outro, para o que considera seu mair desafio atual: a consultoria em gestão, gastronomia, serviço e hospitalidade.
Além das consultorias e caterings, Fernando desenvolveu uma coluna quinzenal para o jornal O Povo, sob o título Gastronomia no caderno People. Na TV O Povo participou por 18 meses do Programa VIVA FORTALEZA, comentando fatos da gastronomia. Comandou por um ano o Programa Aprenda com o Chef, também na TV O Povo.
Em 2010, juntamente como o sócio e Chef Bernard Twardy desenvolveram e implantaram o Medit Restaurante, sendo premiado pela Revista Veja o melhor contemporâneo de 2011.
Em 2011 em sociedade com o Chef Bernard Twardy voltaram a desenvolver um projeto em conjunto, a unidade central do restaurante Azul Marina do complexo do Catu Resorts, no município de Aquiraz, Ceará.
Em 2012, numa nova parceria com o Chef Bernard Twardy, desenvolveu o projeto do Biana Bistrô, em São Luis, Maranhão.
Atualmente trabalha com pesquisas sobre os insumos do Ceará, com o suporte do Banco do Nordeste e em conjunto com os chefes Bernard Twardy e Élcio Nagano. -