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Ceará à Mesa | Paçoca da Dona Consuelo da Fazenda Jubaia - Maranguape.
O verde da fazenda Jubaia e dos olhinhos da Dona Consuelo acompanham a feitura de uma das mais genuínas riquezas gastronômicas do Ceará. Aqui a paçoca é feita à moda antiga. No trabalho do pilão, a paçoca ganha em amor, em sabor e em perserverança. O sumo extraído da cebola funciona como um conservante natural. Não por acaso, a paçoca era uma das bases da alimentação do boiadeiros que adentravam o interior do “Siará” e levavam consigo o alimento em sacos de tecido ou de papel.
Fazenda Jubaia - Maranguape - CearáAcompanhando os cearenses desde os início do povoamento do Sertão, o segredo de uma boa paçoca parece estar na valorização da simplicidade e da singularidade de cada ingrediente. Carne de sol, cebola, farinha, cada um deve ser levado a sério, num preparo atencioso. Depois, juntos, pilados, partilham entre si sabor e textura, como nos mostra Dona Consuelo.
O vídeo está na web desde 2009, mas como registro de uma memória local, vale sempre ser visto e revisto.
Os Ingredientes
A Consuelo inícia sua receita com:
1 kg de carne-de-sol
100 gramas de alho picado
100 gramas de cebola roxa picada
450 gramas de farinha de mandioca
Uma xícara de óleo vegetal e pimenta-do-reinoA farinha de mandioca, fruto do tubérculo nativo, fonte de energia, base da alimentação de nações indígenas;
A carne-de-sol, tocada pelo sal, brisa e sol, uma forma de preservar a proteína animal;
A cebola roxa, marca dos portugueses, com suas enzimas dotadas de propriedades conservantes, auxiliam no sabor e preservação.O Preparo
No passo a passo, os segredos vão sendo desvendados. Numa panela funda e diametro largo (30cm), em fogo médio, a carne-de-sol cortada em cubos largos é aquecida e torrada na sua própria gordura, com as bênçãos do alho e da pimenta-do-reino.
Em 20 minutos, a magia da cocção: as fibras ficam soltas, fáceis para futuro desfiar. Agrega-se, então, o óleo vegetal, a cebola e por fim a farinha de mandioca.
Foi concluído o encontro. Ainda, no fogo, os sabores se associam, surgem os aromas do sertão.O Pilão
O pilão, nascido do tronco das árvores, tem em seu formato a marca do sertão. No pilão, a união é selada; nas batidas ritimadas, a consagração. Nasce a Paçoca de Pilão, crocante, mágica, única, símbolo imaterial da nação cearense. É só degustar.
Tags: Ceará à Mesa, Paçoca, Fazenda Jubaia, Maranguape, Dona Consuelo, Receita
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