A chef e professora de gastronomia do SENAC, Nilza Damasceno é conhecida por suas incurssões pelos sabores "exóticos" do sertão nordestino. Numa entrevista ao Jornal O Povo, ela conta como começou sua aventura:
"Uma aluna chegou para mim e perguntou: Professora, o que a gente faz com o mandacaru? Tem tanto mandacaru aqui, o que a gente pode fazer com ele?. “Traga o mandacaru, mas traga sem espinhos (risos)”. Ela mandou o marido cortar, tirar os espinhos e trouxe assim uns quatro pedaços. Ali, eu retirei a casca e dentro tem um palmito. E eu disse a ela: “Vamos fazer alguma coisa salgada e uma doce”. Aí eu fiz um ensopado de tomate, com o palmito de mandacaru e fiz um doce caramelizado, com o palmito também. Foi onde começou tudo, o primeiro foi esse aí".
A ideia da Dona Nilza foi também a do jovem alagoano Timóteo Domingo de 17 anos, que se está ganhando fama por transformar plantas típicas da caatinga em pratos para restaurante nenhum botar defeito. Madacaru na mãos de Timóteo vira cocada, salada e até pizza.
Nascido no interior de Alagoas, Timóteo explica que aprendeu a cozinhar bem cedo. "Com sete anos de idade, comecei a ajudar minha avó na cozinha. Mas eu já trabalhava desde os seis, ajudando meus pais na roça em diversos tipos de serviço", diz o chef, que apresentou suas invenções em uma aula durante o Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes (MG).
Após ganhar dois concursos de culinária no Sergipe em 2013, Timóteo foi convidado para estagiar em um restaurante de Maceió e ganhou uma bolsa na faculdade de Gastronomia na Faculdade de Tecnologia de Alagoas.
Segundo o chef prodígio, seu interesse "se baseia principalmente na sustentabilidade, mas não só isso. Não adianta você pensar só no meio ambiente e não ver o lado social. Aquilo que está sendo descartado como lixo pode sim alimentar alguém". Falou e disse.
|Fontes|
Jornal O Povo
UOL
Tags:
palma, mandacaru, soluções, gastroeduca, ceará à mesa