O caranguejo é tão apreciado entre os fortalezenses que ganhou até um dia da semana dedicado à confraternização em torno do seu consumo. Contudo, o que poucas pessoas sabem é que o deleite dos nossos martelinhos demanda um imenso esforço e, muitas vezes, um sacrifício da natureza.Uma pesquisa realizada pela Embrapa verificou que mais da metade dos caranguejos que vinham do Piauí para o Ceará, chegavam aqui mortos devido as condições de transporte do animal. Neste transporte, com os caranguejos amarrados e cobertos com lona, a perda era em torno de 55%. Ou seja, eram retirados do meio ambiente caranguejos que nem sequer chegavam ao destino. Morriam no transporte ou ficavam sem patas, com a cabeça rachada.
Em 2010, a Embrapa, em parceria com o chef de cozinha e consultor do Beach Park, Bernard Twardy, desenvolveu uma técnica eficaz para reduzir a perda e o estresse dos animais. A solução foi transportar os caranguejos sem amarras, em caixas de plástico, entre esponjas embebidas com água salgada. Os caranguejos que passam por esse processo ganham o Selo Caranguejo Verde. O Selo também garante que os animais estão sendo retirados de seu habitat na época adequada, que os catadores têm condições de trabalho e remuneração dignas e que não está sendo utilizada mão de obra infantil.
As novas técnicas garantem a redução da perda dos crustáceos para valores inferiores a 5%, evitando o desperdício e os impactos negativos no meio ambiente. O Selo Caranguejo Verde nos dá uma nova perspectiva de trabalhar com nossos insumos de maneira criativa e sustentável.
A certificação agora é Norma Ministério de Estado da Pesca e da Aquicultura. Parabéns a todos que fizeram parte dessa campanha. Sobretudo ao pesquisador Jefferson Legat e ao chef Bernard Twardy.