A árvore de onde se extrai a cortiça, o sobreiro, sempre fez parte da vegetação natural da Península Ibérica. E há alguns anos, Espanha e Portugal vêm promovendo uma revalorização da cortiça em sua infinidade de utilizações.
NA CRISTA DA ONDA
Abrir possibilidades e criar produtos a partir de materiais ecologicamente corretos é a grande onda do momento. E a empresa social espanhola “
Rich people things” entrou literalmente nesta onda. Com a ideia de “
propôr alternativas criativas à situação atual”, ela recicla rolhas de cortiça transformando-as em pranchas de surf. As pranchas são doadas a organizações sociais que utilizam o surf como terapia ocupacional, seja para crianças, pessoas em risco de exclusão ou pessoas que querem sorrir.
O projeto denominado “Connecting the Corks” (Conectando rolhas) é um entre outros aos quais a empresa se dedica. No texto de apresentação do website eles explicam: “
Desde seus inícios, richpeoplethings é um laoratório de ideias onde imaginamos e inventamos o futuro. A natureza nos abastece de ideias e nos ensina; nela, acreditamos que estão todas as soluções”.
As rolhas chegam à instituição através de amigos e parceiros que as coletem. Da garrafa até o mar, as rolhas recebem toda uma série de cuidados. Primeiro as classificam por tamanhos. Cada rolha tem a sua própria personalidade e lugar na prancha. Com elas, são formadas então uma espécie de colmeia. Ao se juntar todos hexágonos nasce a estrutura das pranchas.
Quem quiser também pode comprar as pranchas fazendo a encomenda diretamente no site.
O CÉU NÃO É O LIMITE
Portugal há alguns anos despertou a cortiça para outros significados. Responsável por mais de 50% da produção mundial do material, o país resolveu investir além da confecção de rolhas de vinho. Uma nova geração de designers viu na cortiça um material nobre que rende de tudo: bolsa, sapatos, capas de caderno, luminárias, pias, revestimentos de construções.
Os desdobramentos parecem ser mesmo infinitos. E chegam até o espaço. Desde 1980, uma das grandes líderes do setor, a Amorim, fornece placas de cortiça para a indústria aeroespacial. A NASA e a ESA já as incorporam em escudos térmicos e placas de revestimento de naves espaciais.
MOÇA DO BEM
Há uma série de defensores da cortiça. Segundo eles, a cortiça é amiga do ambiente porque seu uso substitui o de metal e derivados do petróleo. Além disso, sua produção, ao contrário de outros materiais, não implica o abate de árvores. Outra vantagem é que ela pode ser reciclada e reutilizada. As rolhas usadas são trituradas e aproveitadas para a fabricação de outros produtos aglomerados (não podendo, no entanto, ser aproveitadas para a indústria vinícola).
Tags:
sustentabilidade, tecnologia, península ibérica, vinho, rolha, cortiça